terça-feira, 27 de março de 2012

Cientistas têm última chance de tentar mudar os rumos da RIO+20

Cientistas de diversos países que realizam pesquisas na área ambiental terão, esta semana, a última oportunidade de manifestar seus pontos de vista e questionamentos e tentar influenciar a agenda de discussões e as decisões que deverão ser tomadas durante a RIO+20.
Eles estarão reunidos em Londres em um grande evento da comunidade científica internacional em meio ambiente que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada no Rio de Janeiro nos dias 20 a 22 de junho.
Intitulado “Planet Under Pressure” (“planeta sob pressão”), o evento foi organizado pelos quatro programas da Organização das Nações Unidas (ONU) voltados para a área ambiental: International Programme of Biodiversity Science (Diversitas), International Human Dimensions Programme on Global Environment Change (IHDP), World Climate Research Programme (WCRP) e International Council of Scientific Unions (ICSU).
A expectativa dos pesquisadores é que as discussões que serão realizadas durante o encontro em Londres resultem em um documento que possa ser encaminhado por intermédio do ICSU à RIO+20, com um posicionamento em relação à temática da conferência.
“Será a última oportunidade de manifestar nossos pontos de vista e questionamentos e destacar que a ciência já avançou o conhecimento e tem contribuições significativas para dar às discussões ambientais e para tentar evitar que a RIO+20 se torne um evento puramente político”, disse Carlos Joly, coordenador do programa BIOTA-FAPESP e diretor do Departamento de Políticas e Programas Temáticos da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Na avaliação de Joly, apesar da proximidade da RIO+20, ainda é possível que os pesquisadores e especialistas reunidos no encontro em Londres possam influenciar a agenda e balizar as discussões que ocorrerão na conferência no Rio de Janeiro. Isso porque o ICSU, apesar de não poder votar, tem direito a voz e assento nas reuniões da ONU.
“Mesmo estando em cima da hora, a posição do ICSU poderá ser apresentada durante as discussões na RIO+20 e certamente antes da conferência o documento resultado do encontro em Londres será distribuído para as delegações dos países”, disse Joly.
“O encontro em Londres está sendo realizado em um momento bastante oportuno, escolhido especialmente pelos organismos internacionais da área ambiental. Se ocorresse duas semanas depois, dificilmente alguma coisa poderia sair dele. Ainda estamos dentro do limite de tempo”, disse.

Por Elton Alisson da Agência Fapesp

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