quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pré-estreia de Belair

Alguém vai estar em São Paulo nesta quinta? A Cinemateca Brasileira, com o apoio da Pipa Distribuidora, promove neste dia 2 de junho, a pré-estreia do documentário Belair, de Noa Bressane e Bruno Safadi, em sessão acompanhada de debate com a presença dos diretores. Inédito no circuito, o filme revela as propostas e os bastidores de uma das mais instigantes e ainda pouco conhecidas experiências do cinema brasileiro – a Belair, mítica produtora criada pelos cineastas Rogério Sganzerla e Julio Bressane em 1970. Em poucos meses, a Belair produziu sete longas-metragens – A família do barulho, Carnaval na lama, Barão Olavo, o horrível, Copacabana mon amour, Cuidado madame, Sem essa Aranha e A miss e o dinossauro – marcos do cinema moderno brasileiro. A parceria entre Rogério Sganzerla e Julio Bressane surgiu do encontro entre os dois no Festival de Brasília de 1969, onde ambos exibiam seus filmes, A mulher de todos, e O anjo nasceu, respectivamente. Disposta a fazer cinema de baixo custo, comprometido com a experimentação de linguagem, a Belair contou, a princípio, com o apoio de Severiano Ribeiro, à época o maior exibidor do país. Um dos momentos de maior vitalidade do cinema brasileiro nos anos 1970, a produtora logo seria sufocada pelo governo militar. Pressionado, Severiano foi obrigado a abandonar o projeto, os filmes da Belair são considerados subversivos e Bressane e Sganzerla partem para o exílio na Europa. Essas e outras histórias estão registradas no documentário de Noa Bressane e Bruno Safadi. Belair reúne imagens de arquivo inéditas, trechos dos filmes e depoimentos de artistas como Helena Ignez, Grande Otelo, Lilian Lemmertz, Maria Gladys, Guará Rodrigues, além dos próprios Julio Bressane e Rogério Sganzerla.

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