terça-feira, 8 de maio de 2012

Interações sociais e mudanças gramaticais

Poderia um indivíduo adulto mudar sua gramática ao longo da vida? Para responder a essa pergunta, a professora Maria Célia Lima-Hernandes, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo (USP), deu início à pesquisa que resultou no livro Indivíduo, Sociedade e Língua – Cara, tipo assim, fala sério!.

Recém-lançada pela Edusp, com auxílio da FAPESP, a obra é uma versão revista da tese de doutorado defendida por Lima-Hernandes em 2005, no Instituto de Estudos de Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A autora investiga se um mesmo grupo de pessoas poderia ter sua gramática alterada em um espaço de 20 anos. Quatro palavras de base comparativa – “como”, “igual”, “feito” e “tipo” – foram escolhidas para testar a hipótese de que contatos sociais mais extensos desencadeariam mudanças na gramática da língua falada por adultos independentemente da idade, do sexo ou do grau de escolaridade.

Nas pesquisas que realizou antes mesmo de dar início ao doutorado, a autora encontrou evidências de mudanças linguísticas na idade adulta em várias línguas do mundo.
A confirmação veio quando comparou entrevistas de um grupo de 36 moradores do subúrbio do Rio de Janeiro que, 20 anos antes, haviam sido objeto de estudo do grupo de sua orientadora, Maria Luiza Braga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“É possível perceber que a mudança no uso das palavras não vai em qualquer direção, não é aberta à criatividade aleatória como se pensa, mas respeita princípios cognitivos. O novo uso tem de estar ligado, de alguma forma, ao seu traço etimológico resiliente, ainda que os falantes não tenham a mínima consciência disso”, disse.

Indivíduo, Sociedade e Língua – Cara, tipo assim, fala sério!
Autora: Maria Célia Lima-Hernandes
Lançamento: dezembro de 2011
Preço: R$ 45
Páginas: 232

Mais informações: www.edusp.com.br/detlivro.asp?ID=413216

Nenhum comentário:

Postar um comentário